quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

PÚBLICO LOTA O TEUNI NA MOSTRA DE ARTE DRAMÁTICA

por Assessoria de Comunicação e Imprensa-ASCIM PalavrAção: Ana Superchinski
                

Performance de dança ORI GEM Dance
Performance de dança ORI GEM Dance
             A mostra de resultados do Curso de Extensão Arte Dramática (ArtD) foi, nas palavras de seu diretor, Sergius Ramos, “uma integração de artes e movimentos como símbolo de resistência pela Arte”. Porque, além de dois dos espetáculos previstos (“Mários e Clarices”, da turma de Curitiba, e “Antônio meu santo”, da turma de Laranjeiras do Sul), alunos da ong ORI GEM Dance, uma escola de danças urbanas, tiveram a oportunidade de se apresentar em três dos quatro dias da Mostra. Coreografados pela professora Yuna Rosa, levaram ao palco diversos estilos, do pop contemporâneo ao funk. E, ao ficarem para assistir às peças, muitos desfrutaram do teatro pela primeira vez na vida. 
Mários e Clarices
Mários e Clarices
                “Mários e Clarices” teve três apresentações, nos dias 15, 16 e 18. Com texto de Leonel Cassio inspirado livremente em Luís Fernando Veríssimo, é a história de um casal moderno estudada dentro de um laboratório por cientistas. Todos os atores interpretaram cientistas, Mário e Clarice, o que foi um desafio interessante para estreantes (era a primeira vez no palco para a maioria), que tiveram de compor todos esses personagens e tentar manter o mesmo ritmo o tempo todo. A passagem dos papéis de um para outro acontecia pela troca de quem usava o adereço chapéu do noivo ou a grinalda da noiva. O cenário foi todo concebido em papelão, simbolizando a fragilidade das relações. O texto adaptado contou com muitas referências atuais de Curitiba e de vídeos que viralizaram na Internet.
                “Antônio meu santo” teve a sua vez no dia 17, no TEUNI, já tendo estreado na cidade de Laranjeiras do Sul nos dias 10 e 11 de dezembro.  Com texto do baiano João Augusto (escrito nos anos 1970) adaptado pelo próprio diretor Sergius, mostra as confusões de um grupo de mulheres que querem desesperadamente se casar, e por isso se reúnem na casa de Chica para pedir a ajuda de Santo Antônio, já que no lugar
onde vivem quase não há homens. Quando finalmente aparece Tonico (Antônio) na vida de Chica, porém, ele está muito cansado para dar conta do recado. Os grandes destaques desta produção foram o cenário, que recria uma casa antiga do interior, cheia de detalhes, principalmente muitos quadros de santos, a maquiagem das atrizes, moças de vinte anos ou menos transformadas em senhoras de cinquenta ou sessenta anos com látex e acabamentos da maquiagem
Antônio Meu Santo
pelas mãos de Giovana Bortoluzzi. O desafio de jovens interpretarem mulheres muito mais velhas, e sotaque nordestino o tempo todo para estreantes no teatro foram agradáveis surpresas que conquistaram o público que lotava o teatro.


Antônio Meu Santo
                A Mostra de Arte Dramática foi um desafio que obteve êxito pela dedicação e empenho de todos os envolvidos, o curso com duração de 174 horas, levou os participantes a ensaios em outros horários, fins de semanas e feriados. Esse incentivo a novo atores parte das premissas da Cia PalavrAção em fomentar a Arte e junto com a Universidade Federal do Paraná, cumprir seus objetivos em levar ensino, pesquisa e extensão a comunidades externas dos campus e integrar as diferentes culturas.

                                                                            



                                                                             

















terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MOSTRA DE ARTE DRAMÁTICA

Mostra de resultados do Curso de Extensão Arte Dramática da Cia de Teatro PalavrAção da UFPR.

por Assessoria de Comunicação e Imprensa-ASCIM PalavrAção: Sergius Ramos. Revisão: Ana Superchinski
Artes: Marcelo Leonel Felczak e Sergius Ramos

O Curso de Extensão PalavrAção Arte Dramática-ArtD, ministrado por Sergius Ramos e coordenado por Alaor de Carvalho, dirigente da PalavrAção, tem o objetivo de levar à comunidade o aprendizado que o artista- pesquisador desenvolve na universidade através de um conteúdo de preparação que parte do método “Razão Orgânica”, desenvolvido pelo Dr. Hugo Daniel Mengarelli, fundador da Cia PalavrAção em 1995. O curso foi elaborado com a proposta de experimentação para turmas em diferentes cidades, confrontando assim o aprendizado com as peculiaridades de cada comunidade, sendo ArtD-Curitiba na sede da Cia PalavrAção; ArtD-Laranjeiras do Sul no Colégio Laranjeiras e ArtD-Chopinzinho na Academia Ippon, desta forma cumprindo a missão da universidade em trabalhar o ensino, a pesquisa e a extensão.
O curso, iniciado em julho deste ano, destinado a alunos-atores sem experiência em teatro, priorizou a aproximação do ator com o fazer teatral em sua fase para iniciantes. O método da Razão Orgânica foi experimentado de diversas formas dentro de sua práxis. Os espetáculos apresentados são resultado de 174 horas de curso, divididas em estudos, práticas e ensaios. Nesta Mostra os alunos-atores experimentarão pela primeira vez o palco para sua avaliação final.
A Cia ORI GEM Dance-Ensino de Danças Urbanas é convidada a se apresentar nos dias 16 a 18 com performances de dança, sempre antes do início de cada espetáculo.

MÁRIOS E CLARICES (ArtD Curitiba)


"As relações entre homens e mulheres se transformaram ao longo dos tempos, principalmente depois de Adão e Eva. Mários e Clarices circulam pelas ruas barulhentas, pelas baladas noturnas, ou ficam em casa vendo um programa qualquer de televisão. Indiferentes a questões de raça, cor ou gênero, todos são ora Mário ora Clarice, pois o que importa é a busca pela felicidade, encontrar a sua metade da laranja... Mas essa busca talvez seja manipulada e observada de perto por seres humanos que também são os mesmos "mários" e "clarices", e que também querem encontrar sua cara-metade. Mários e Clarices é sobre pessoas comuns, contemporâneas e antenadas nos meios de sobrevivência da atual sociedade, e que mesmo assim perpetuam uma história milenar: as brigas conjugais." Texto de Leonel Cassio adaptado livremente de Luís Fernando Veríssimo e direção de Sergius Ramos. Elenco: Ana Superchinski, Luciana Pioto, Marcel Sobrinho, Mayara Annanda, Michael de Oliveira, Robson Colaço e Sabrina Marques.

ANTÔNIO MEU SANTO (ArtD Laranjeiras do Sul)


"A comédia Antônio Meu Santo conta o desespero das solteironas que buscam encontrar sua cara-metade. Para aliviar a dor da solidão, as mulheres recorrem a Santo Antônio em busca de um marido. A casa de Chica é o ponto de encontro das devotas para prestar homenagens ao Santo, e entre as rezas e a devoção muitas situações divertidas e atrapalhadas antecedem a chegada de Tonico. Este é a última esperança de Chica. Só tem um problema... que você vai descobrir assistindo ao espetáculo!" Texto de João Augusto com adaptação e direção de Sergius Ramos. Elenco: Bianca Bueno, Chaline Meyr, Danielle Henrique, Edcesar Santos, Eduarda Roth, Josiel Araujo, Manuela Pereira, Monica Lascoski, Leidy Thais, Lucas Ferreira, Ricardo Cesar e Thais Santos.




Cronograma:


Cine Teatro Iguassu - Laranjeiras do Sul - PR
10 e 11/12 - 20h -Antônio Meu Santo - ArtD Laranjeiras do Sul

TEUNI - Curitiba - PR
15 /12 - 20h - Mários e Clarices - ArtD Curitiba

16/12 - 20h - Ori Gem Dance - performance de dança convidado
        20h10 - Mários e Clarices - ArtD Curitiba

17/12 - 20h - Ori Gem Dance - performance de dança convidado
        20h10 - Antônio Meu Santo - ArtD Laranjeiras do Sul

18/12 - 19h - Ori Gem Dance - performance de dança convidado
        19h10 - Mários e Clarices - ArtD Curitiba

Locais:
Cine Teatro Iguassu -  R. Manoel Ribas, 1050 - Centro-Laranjeiras do Sul
ENTRADA COM BILHETERIA SOCIAL - Lotação 400 lugares
Recomendado para maiores de 14 anos

Teatro TEUNI - Prédio Histórico da UFPR - Praça Santos Andrade
ENTRADA GRATUITA - Lotação Limitada a 60 lugares
Recomendado para maiores de 14 anos

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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

MOSTRA DE EXTENSÃO EM ARTE DRAMÁTICA NA PALAVRAÇÃO


por Assessoria de Comunicação e Imprensa-ASCIM PalavrAção: Ana Superchinski
Fotos: Sergius Ramos



              Em dezembro o TEUNI se abre para apresentações das peças: “Antônio meu Santo” de João Augusto, “Vida Conjugal” Luís Fernando Veríssimo com adaptação de Leonel Cássio, extensionista do curso ArtD; e “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry com adaptação de Vanderson da Silva, também extensionista do curso ArtD, na Mostra de Arte Dramática no período dos dias 15 a 18. Estas produções são das turmas do Arte Dramática (ArtD), curso de extensão da Cia PalavrAção criado este ano junto à PROEC, ministrado por Sergius Ramos e coordenado por Alaor de Carvalho.

            “Antônio meu Santo” está sendo produzido por alunos-atores de Laranjeiras do Sul, no Colégio Estadual Laranjeiras do Sul; “Vida conjugal”, em Curitiba, na própria sede da PalavrAção; e “O Pequeno Príncipe” em Chopinzinho (módulo da turma 2 de Laranjeiras do Sul), por uma turma formada por professores. Segundo Sergius, que dirige simultaneamente as três peças, no início não estavam previstas grandes montagens, e sim esquetes, internas ou com convidados, como mostra de resultados, porém a evolução dos participantes durante as aulas permitiu que isso fosse alterado. Os alunos-atores de Laranjeiras e Chopinzinho se apresentam em suas respectivas cidades, e depois vem a Curitiba para a Mostra de Arte Dramática.

            A ideia do curso partiu do desejo de aproveitar o potencial de pessoas que se inscreveram para os testes seletivos da Companhia, mas ficaram na lista de espera, ou de outros membros da comunidade que manifestam interesse na formação do ator, sendo uma opção a mais de preparo para o teatro. O objetivo principal é ensinar os alunos a se tornarem atores-pesquisadores, usando para isso a razão orgânica, prática desenvolvida pela PalavrAção desde sua criação por Hugo Mengarelli, além de habilitá-los nas tarefas de montagem de peças de teatro.

Uma visita muito especial

            A apresentação de “Curta Passagem” de 24 de setembro, um sábado, contou com a presença de uma turma de Chopinzinho, alunos de teatro do Colégio Estadual José Armim Matte, coordenados pela professora Ivania Zuqui, que participa do ArtD na cidade. De acordo com Sergius, eles próprios se organizaram para conseguir ônibus, alimentação e hospedagem em Curitiba - e já providenciaram também a apresentação de “Curta Passagem” naquela cidade, para o dia 20 de novembro. A maioria daqueles adolescentes nunca tinha ido ao teatro na vida, e ficaram maravilhados com a experiência. Ao final da apresentação, elenco e equipe técnica responderam a questões sobre produção da peça, preparação dos atores e posaram para fotos.

Serviço:
Mostra de Arte Dramática
Local: TEUNI (Teatro Experimental da UFPR) - Praça Santos Andrade
Datas Previstas: 15 a 18 de dezembro de 2016
Horários: a confirmar.
Valor: gratuito.



terça-feira, 27 de setembro de 2016

‘Curta Passagem’ e a artificialidade da sociedade contemporânea Trocando em Miúdos: Espetáculo da Cia Palavração, "Curta Passagem" parte de conceitos do sociólogo polonês Zygmunt Bauman e sua Sociedade Líquida para refletir a artificialidade da sociedade contemporânea.

Por Alejandro Mercado -  27/09/2016  
(Reprodução Original da página: http://www.aescotilha.com.br/teatro/interseccao/curta-passagem-e-a-artificialidade-da-sociedade-contemporanea/)



Não há estado ideal, não há completa felicidade ou harmonia entre os indivíduos. Neste momento, não pensamos a longo prazo, não há um estabelecimento de projetos de longa duração. A sociedade não tem mais força para projetar e alcançar objetivos.
Se anteriormente constatamos que o mundo precisaria ser modificado e que para isso precisaríamos estabelecer interações sociais, criar grupos e engajar pessoas, agora essas condições básicas para sustentação desse pensamento, dessa utopia, desaparecem. Perdemos o caráter reflexivo em relação à sociedade e, consequentemente, a noção de progresso como um bem que deve ser partilhado. Nada interessa mais que a busca pelo prazer individual.
A isso, a esse sujeito pós-moderno resultante, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman atribuiu o nome de sociedade líquida, uma sociedade guiada por uma corrente de incertezas e inseguranças em que nós, sujeitos de sua realidade, não possuímos mais nenhum referencial para construirmos nossa persona, a não ser nós mesmos.
Curta Passagem, trabalho da companhia PalavrAção, é resultado de quatro pocket peças do londrinense Mario Bortolotto, radicado em São Paulo há cerca de 20 anos.
Curta Passagem, trabalho da companhia PalavrAção, é resultado de quatro pocket peças do londrinense Mario Bortolotto, radicado em São Paulo há cerca de 20 anos. Bortolotto tem uma vasta coleção de personagens à margem da sociedade, um teatro muito particular, diferente de muito do que se vê nos palcos, menos pela originalidade e mais pela confluência artística de que resultam seus textos. De Bukowski a Pedro Juan Gutierrez, as influências de seu trabalho também encontram eco no rock and roll e no uísque.
A PalavrAção tem êxito ao trazer o texto de Bortolotto e recheá-los com os conceitos tratados por Bauman. Ainda que resulte em alguns momentos demasiadamente caricatos e muito mastigados, o que diminui o impacto por parecer subestimar o espectador, a peça estabelece um ponto em que consegue dinamizar conceitos e conteúdos vastos e densos de forma popular, digerível, estabelecendo pontes entre uma reflexão sociológica e um espelho que procura refletir a sociedade que o mira a partir de suas relações sociais e com o ambiente em que estão inseridos, a artificialidade dele e a nossa.
Curta Passagem é mais um trabalho do grupo sobre os hábitos do Homem contemporâneo, um ciclo que iniciou em Olhar Bechtiano e seguiu por Rockville3962A Boa Alma e Histórias de Acostamentos. A direção é de Gessé Malmann e segue em cartaz até o dia 09/10, sextas e sábados às 20h30 e domingos às 19h30 no TEUNI. A entrada é gratuita.
SERVIÇO | “Curta Passagem”
Quem: Cia PalavrAção;
Onde: TEUNI – Prédio Histórico da UFPR | Praça Santos Andrade;
Quando: Até dia 09 outubro, exceto dias 01 e 02 , sextas e sábados às 20h30 e domingos às 19h30;
Quanto: Grátis.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Vem aí...

 ... a apresentação de uma cena de “Curta Passagem”, no dia 15 de setembro, às 17h30, na Feira do Livro da UFPR, na Praça Santos Andrade. Não perca! Indicado para maiores de 14 anos. 

Passagem por Antonina

                    A Cia de Teatro PalavrAção marcou presença no Festival de Inverno da UFPR em Antonina apresentando, nos dias 22 e 23 de julho, respectivamente, “Curta Passagem” e “Apneia” em ensaios abertos, como um aperitivo da temporada de ambos em setembro, no TEUNI. Os dois ensaios/mostra de espetáculo tiveram casa lotada. Além disso, quem acompanhou o festival na cidade pôde também conferir a Mostra dos 20 Anos de Trajetória da Companhia, no Arquivo Histórico Municipal de Antonina. 
               “Curta Passagem”, com texto de Mário Bortolotto e direção de Gessé Malmann, é composto de quatro cenas que mostram a desimportância que podem assumir os relacionamentos e o sexo no mundo contemporâneo, no qual uma das características mais evidentes é ser movido pela lógica do consumismo, que governa inclusive as relações humanas. Nesta montagem, portanto, a artificialidade é buscada como um dos elementos mais importantes, para mostrar um retrato satírico desse processo e as suas consequências. Gessé destaca desta apresentação a plateia formada por adolescentes, que tendem a se identificar com os temas propostos pelo dramaturgo, o que também parece ter sido a propósito, porque um dos interesses da Cia é atrair também um público mais jovem para o teatro.
               “Apneia”, com texto e direção de Thaysa Petry Lisbôa, é uma pesquisa cênica norteada pela entrega corporal dos atores. As apresentações para a plateia permitem que cada espectador imagine por si mesmo a história, a partir do que vê. De acordo com Thaysa, “estar em Apneia é perceber que o grotesco é belo também, que o incômodo por presenciar ações cruéis existe e é bem vindo, que as coisas estão onde estão por necessidade. Apneia é constância, é imagem, é a escassez fundamental de texto, é água, é cansaço, é muita entrega”.  O experimento cênico será apresentado como mostra paralela à temporada oficial de Curta Passagem e haverá bate-papo com o público após algumas apresentações.

“Curta Passagem” estreia dia 16, às 20h30 nas sextas e sábados e 19h30 nos domingos, e vai até dia 9 de outubro. “Apneia” tem duas pré-estreias, nos dias 10 e 11 de setembro, às 19h, e abre oficialmente sua mostra no dia 20, às 20h30, e vai até dia 05 de outubro, com apresentações nas terças e quartas. As sessões com bate-papo serão às quartas. Local: TEUNI-Teatro Experimental da UFPR, Prédio Histórico, 2º andar. Entrada franca (lotação limitada, devem ser retirados os ingressos até uma hora antes de cada dia). As duas montagens são indicadas para maiores de 14 anos.
Por ASCIM Palavração
Texto: Ana Superchinski
Edição: Sergius Ramos


quinta-feira, 7 de julho de 2016

MOSTRA PALAVRAÇÃO NO FESTIVAL DE INVERNO



por ASCIM PalavrAção: Ana Superchinski
Fotos: Sergius Ramos


A Cia de Teatro Palavração da UFPR leva este ano duas atrações ao Festival de Inverno de Antonina, que acontece entre os dias 16 e 23 de julho: a peça “CURTA PASSAGEM” e o experimento cênico “APNEIA”. E como atividade paralela no Festival, a MOSTRA 20 ANOS, exposição dos 20 anos da história da Companhia, completados em 2015, que conta por meio de palavras, imagens e ações um pouco dessa trajetória.
“Curta Passagem” com texto de Mário Bortolotto e direção de Gessé Malmann, compõe-se de quatro cenas curtas que mostram situações facilmente reconhecíveis como cotidianas e que refletem a deterioração das relações humanas na sociedade contemporânea. “Apneia”, com texto e direção de Thaysa Petry Lisbôa, não é uma dramaturgia pronta. Os atores transmitem com seu corpo e ações as imagens que o texto lhes sugere, a partir da proposta do Teatro Laboratório de Grotowski, que, ao localizar a essência da linguagem do teatro no corpo dos atores, reduz ao mínimo necessário figurinos, cenários e acessórios. Estas apresentações em Antonina são mostras de processo das montagens que estreiam em setembro no TEUNI. A "Mostra 20 Anos" PalavrAção estará durante os dias 17 a 23, no Arquivo Público Histórico Municipal de Antonina, aberto das 10h às 17h. “Curta Passagem” será apresentado no dia 22, às 21h, no Theatro Municipal. “Apneia” será apresentado no dia 23, às 18h30, no mesmo local.

Cia de Teatro PalavrAção UFPR



terça-feira, 26 de abril de 2016

SUPERCALIFRAGILISTICEXPIALIDOCIOUS*

SUPERCALIFRAGILISTICEXPIALIDOCIOUS
(ASCIM PalavrAção - Assessoria de Comunicação e Imprensa - por Ana Lúcia de Paulo Superchinski, colaboração: Sergius Ramos)

A companhia tem buscado experienciar e aprimorar alguns conhecimentos de base que servirão de aporte nas próximas montagens deste ano. Nos dias 7 e 8 de abril, Tadica Veiga ministrou uma Oficina de Técnica Vocal à Cia PalavrAção com o intuito de despertar o cuidado com o trato vocal e a importância dos exercícios vocais na preparação do ator. Começou com exercícios básicos em que lembrou/ensinou a respirar usando o diafragma, articular vogais e consoantes, a morder lápis e uvas para depois articular melhor. Sempre focada na voz para o teatro, Tadica levou o grupo a direcionar a voz para o outro, a paralelamente ler com objetos na boca para ver o quanto o outro entende, brincou com o enrolar da língua e no seu destravamento, a calcular o tempo em que um texto deve ser dito conforme uma marcação e a relacionar palavras de um texto com gestos.
Num segundo momento, ela dirigiu o grupo de atores da companhia no exercício de um pequeno "espetáculo", para que aprendessem um pouco mais sobre distribuição de atores no palco, mesmo sem ver - enquanto recitavam uma canção que, apesar de ter música, não era cantada. Para que o "espetáculo" ficasse cenicamente limpo, com soluções de cena aceitáveis, do jeito que a mestra queria, o grupo teve que integrar-se, trocar sensações, ser cúmplice nas ações, ou seja, um teve que prestar atenção no outro para saber qual era o seu lugar no conjunto, não sendo óbvio. Nesse exercício de “direção de cena” ficou clara a importância do tempo vocal e da prontidão corporal do ator e do grupo que trará a voz na hora certa, para que aconteça um espetáculo homogêneo e com cenas deslumbrantes.
Tadica falou também da preciosidade que é o teatro de grupo, característica que a PalavrAção mantém há 20 anos, da necessidade de entendimento e cumplicidade no trabalho cênico dentro do espaço do teatro e mesmo fora dele, frisando a importância de o grupo conhecer-se e confiar no trabalho do outro, o que resulta na verdade cênica. Mais que falar e ensinar técnica vocal, frisou a necessidade de buscar sempre o olhar para a base e repetir algumas coisas simples no preparo do ator, às vezes esquecidas.

(*Supercalifragilisticexpialidocious (from "Mary Poppins") - Julie Andrews, Dick Van Dyke)






  



quinta-feira, 14 de abril de 2016

UMA CONVERSA COM HUGO MENGARELLI

UMA CONVERSA COM HUGO MENGARELLI
por Ana Lúcia de Paulo Superchinski

Hugo Mengarelli é responsável pela criação, no Prédio Histórico da Federal, do Teatro Experimental Universitário (TEUNI) e da Companhia de Teatro Palavração, que comemorou 20 anos em 2015 com a peça "Histórias de Acostamentos". E também foi responsável pela criação do curso de formação do ator dessa mesma universidade. Dirigiu pela Companhia peças como "O Incrível Retorno do Cavaleiro Solitário" (1997), "Uma Coroa de Orquídeas para uma Fria Pecadora" (1998), "Agidi - Uma Antígona Brasileira" (2001), "Tanguapo" (2007), entre outras. Antes disso, dirigiu peças como "A Cegonha Boa de Bico"(1984), "Vou te Contar Como é Lá em Casa"(1983/84),"O Eucalipto e os Porcos" (1986), filmes como "Roça" (1985) e vários curtas em Super-8 e 16mm, deu aulas de cinema na PUC, de teatro no Teatro Guaíra. Antes ainda, ele descobriu o Brasil. 
Argentino de Cruz Alta, veio em 1976. A cultura brasileira nunca lhe fora estranha: aos 4 anos já dançava "Brasileirinho" (o que, adulto, ele quis repetir durante um show que assistiu no Teatro Guaíra). Estudante de cinema e teatro em Buenos Aires, teve a cabeça virada pelo Cinema Novo e o corpo paralisado pela 
presença do "deus" Augusto Boal uma noite no seu grupo de teatro. Segundo ele, nos anos 60, na Argentina, a cultura brasileira era considerada a mais rica do mundo. Apresentado à literatura de Guimarães Rosa logo que chegou ao Brasil, demorou 14 anos para entender "Grande sertão: veredas", obra que considera fundamental para sua formação ética, e que mais tarde transformaria numa das influências da sua peça "O Incrível Retorno do Cavaleiro Solitário". Também estudou iorubá para escrever "Agidi-Uma Antígona Brasileira". E conhece mais de MPB que muito brasileiro. Mas também é muito ligado à cultura do seu país, que explorou por exemplo na peça "Tanguapo", junção de dois contos de Jorge Luis Borges, com atores dançando tango em cena. 
Esta é uma das marcas registradas de Hugo para quem o conhece: sua imensa cultura, fruto de muito estudo. "Não sou mestre, sou um eterno aprendiz", ele gosta de dizer, como Brecht, que é uma das referências fundamentais da sua concepção de teatro (chamada "razão orgânica", está descrita no livro "Ética e estética no ator - Uma questão de desejo"). No entanto, uma vez professor, sempre professor. A qualquer momento, em qualquer conversa, ele começa a ensinar. E é professor exigente e perfeccionista, principalmente no teatro: é capaz de interromper um exercício ou ensaio para corrigir, e nem sempre da forma mais delicada, sempre seguindo o impulso do momento. Mas também é capaz de elogiar efusivamente quem considera que está bem em cena. Isso deve ser parte da forte impressão que costuma causar, e que pode ser observado também, metaforicamente, nos tons de sua voz: passa de um tom normal para um mais exaltado, no qual as palavras saem mais rápidas (e fica mais evidente, principalmente na memória, o sotaque castelhano), e em seguida para um sussurro, em que elas demoram mais a sair, contidas pela reflexão. E isso pode acontecer num instante, sem razão aparente. 
Um dos momentos em que sussurra é quando explica por que não acredita que sua atividade de artista pode mudar algo na sociedade: "Penso que... eu não acredito que uma obra vá mudar a sociedade. Acredito, sim, que você pode modificar algumas pessoas, pode abrir uma questão, mas modificar, no. As pessoas não estão tão disponíveis. No, geralmente no, as pessoas não pensam. E en esta época muito mais, parece que as pessoas 
entraram numa espécie de briga total com o pensamento. Agem sem nenhum fundamento, nenhuma solidez, é uma palhaçada". Apesar disso, conta que há dois anos encontrou um homem que, ao ser apresentado a ele, perguntou de um personagem da peça "O Eucalipto e os Porcos", porque foi uma das peças mais marcantes que tinha visto na vida. E, apesar disso também, ele é cobrado na rua pela volta do programa de debates "Cobras e Lagartos", que passava na TV da UFPR e saiu do ar no ano passado, antes de completar 11 anos. Para esses, ele dá um recado: o "Cobras e Lagartos" vai voltar ao vivo no dia 23, às 19h, no Café Babette, anexo à Aliança Francesa.

Matéria publicada em 10 de outubro de 2015 e compartilhada da página:


Foto: Ana Lúcia de Paulo Superchinski
Edição de imagem: Ricardo de Paulo Superchinski

segunda-feira, 28 de março de 2016

A Companhia

Foto: A Exceção e a Regra, 2005

A  COMPANHIA
  
Em 1995 o Professor Dr. Hugo Daniel Mengarelli, a pedido da Universidade Federal do Paraná, organizou e criou a Cia de TeatroPalavrAção. Um grupo artístico focado na pesquisa e divulgação das Artes Cênicas dentro da UFPR. A partir daquele momento, o grupo passou a ter o privilégio de trilhar um caminho que já dura 20 anos.
Nesse período (1995-2014) a Cia PalavrAção, participou de vários eventos, festivais, leituras, parcerias e produziu rico repertório de peças de teatro. A partir da criação do grupo os cursos de Formação de Ator, depois, Produção Cênica, se solidificaram dentro da instituição e também criou-se o TEUNI – Teatro Experimental Universitário, que tem sido a base (casa) da maior parte das produções do grupo.
A Cia PalavrAção, sempre teve um giro grande de participantes, que pesquisaram, sonharam, produziram e se formaram como artistas e plateia. A Cia tem essa característica de trampolim, de uma alavanca que propõe aos artistas o esforço pela qualidade de pesquisa do trabalho do ator e sua exposição ao público.
A direção geral da companhia é de Alaor de Carvalho, professor da UFPR Litoral no DEARTES, ator pesquisador integrante há 20 anos que assumiu a função com a aposentaria de Hugo Mengarelli.
A exposição “MOSTRA 20 Anos”, que circula em exposição, também será aos poucos postadas no blog, mostra um pouco de toda essa trajetória! Um instrumento de lembrança e reflexão sobre o Teatro feito dentro da Universidade Federal do Paraná. Com pesquisa e organização do material da Mostra 20 Anos do Diretor Artístico Gessé Malmann e Produção dos Espaços de Ruthnéia Rodrigues e Sergius Ramos